domingo, 12 de setembro de 2010

Dicionário Gaúcho

A


a cabresto: Conduzido pelo cabresto. Submetido.


à meia guampa: Meio embriagado, levemente ébrio.


abichornado: Aborrecido, triste, desanimado.


anca: Quarto traseiro dos quadrúpedes. Garupa do cavalo. O traseiro do vacum.


arreio: Conjunto de peças com que se arreia um cavalo para montar.


B

bicheira: Ferida nos animais, contendo vermes depositados pelas moscas varejeiras. Para sua cura, além de medicação, são largamente utilizadas as simpatias e benzeduras. 


bidê: Mesinha de cabeceira.

biriva: Nome dado aos habitantes de cima da Serra, descendentes de bandeirantes, ou aos tropeiros paulistas, os quais geralmente andavam em mulas e tinham um sotaque especial diferente do da fronteira ou da região baixa do Estado. Variações: beriva, beriba, biriba.

bolicheiro: Dono de bolicho.

bolicho: Casa de negócio de pequeno sortimento e de pouca importância. Bodega. Taberninha.

bugio: Pelego curtido e pintado, em geral forrado de pano. Animal da Serra.

C

cachaço: Porco não castrado, barrasco, varrão.

calavera: Indivíduo velhaco, caloteiro, caborteiro, vagabundo, tonto, tratante. 


carreira: Corrida de cavalos, em cancha reta. Quando participam da carreira mais de dois parelheiros, esta toma o nome de penca ou califórnia.

caudilho: Chefe militar. Manda-chuva.

chalana: Lanchão chato.

china: Descendente ou mulher de índio, ou pessoa do sexo feminino que apresenta alguns dos característicos étnicos das mulheres indígenas. Cabocla, mulher morena. Mulher de vida fácil. (Parece provir do quíchua, xina, que significa aia).

chineiro: Grande número de chinas, índias ou caboclas.

chorro: Jorro.

cincha: Peça dos arreios que serve para firmar o lombilho ou o serigote sobre o lombo do animal.

colhudo: Cavalo inteiro, não castrado. Pastor. Figuradamente, diz-se do sujeito valente, que enfrenta o perigo, que agüenta o repuxo.

corredor: Estrada que atravessa campos de criação, deles separada por cercas em ambos os lados. Há, entre as cercas, regular extensão de terra, onde, por vezes, se arrancham os que não têm onde morar.

cuiudo: O mesmo que colhudo.

cusco: Cão pequeno, cão fraldeiro, cão de raça ordinária. O mesmo que guaipeca.

D

daí Tchê: Oi.

daga: Adaga, facão.

de vereda: Imediatamente, de momento, de uma vez.

dobrar o cotovelo: Beber, levantar o copo à boca.

doma: Ato de domar. Ato de amansar um animal xucro.

domador: Amansador de potros. Peão que monta animais xucros.

duro de boca: Diz-se do animal que não obedece à ação das rédeas.

duro de Pealar: Difícil de fazer, trabalhoso.


E

embretado: Encerrado no brete. Metido em apertos, em apuros, em dificuldades; enrascado, emaranhado.

entrevero: Mistura, desordem, confusão, de pessoas, animais ou objetos. Recontro em que as tropas combatentes, no ardor da luta, se misturam em desordem, brigando individualmente, corpo a corpo, sem mais obedecer a comando, usando predominantemente a arma branca.

estribo: Peça presa ao loro, de cada lado da sela, e na qual o cavaleiro firma o pé.
F

facada: Pedido de dinheiro feito por indivíduo vadio, incapaz de trabalhar, que não pretende restituí-lo.

facho: O ar livre. Usado na expressão sair do facho.

fatiota: Terno; Conjunto de roupas do homem: calça, colete e paletó.

fiambre: Alimento para viagem, geralmente carne fria, assada ou cozida.

fazer a viagem do corvo: Sair e demorar muito a regressar. 


flete: Cavalo bom e de bela aparência, encilhado com luxo e elegância.

funda: Estilingue, bodoque.

G 


ganiçar: Ganir.

gaudério: Pessoa que não tem ocupação séria e vive à custa dos outros, andando de casa em casa. Parasita, amigo de viver à custa alheia.

graxaim: Guaraxaim, sorro, zorro. Pequeno animal semelhante ao cão, que gosta de roer cordas, principalmente de couro cru e engraxadas ou ensebadas, e de comer aves domésticas. Sai, geralmente, à noite. É muito comum em toda a campanha.

gringo: Denominação dada ao estrangeiro em geral, com exceção do português e do hispano-americano.

guaiaca: Cinto largo de couro macio, às vezes de couro de lontra ou de camurça, ordinariamente enfeitado com bordados ou com moedas de prata ou de ouro, que serve para o porte de armas e para guardar dinheiro e pequenos objetos.

guaipeca: Cão pequeno, cusco, cachorrinho de pernas tortas, cãozinho ordinário, vira-lata, sem raça definida. Pequeno, de minguada estatura. Aplica-se, também, às pessoas, com sentido depreciativo.

guasqueaço: Pancada, golpe dado com guasca. Relhaço, relhada, chicotada, chibatada, correada, açoite.

guri: Criança, menino, piazinho, serviçal para trabalhos leves nas estâncias.

H

há cachorro na cancha: Significa que há alguma coisa atrapalhando a execução de determinado plano.

haraganear: Andar solto o animal por muito tempo, sem prestar serviço algum.
I

Invernada: Grande extensão de campo cercado. Nas estâncias, geralmente, há diversas invernadas: para engordar, para cruzamento de raças, etc.

Iguaria: Culinária.
J

joão-grande: Pessoa alta.

L

lançante: Descida. Forte declive num cerro ou coxilha; qualquer terreno em declive.

M

mamona: Diz-se de ou a terneira de sobreano que ainda mama.

mangueira: Grande curral construído de pedra ou de madeira, junto à casa da estância, destinado a encerrar o gado para marcação, castração, cura de bicheiras, aparte e outros trabalhos.

N

negrinho: Designação carinhoso que se dá a crianças ou a pessoa que se tem afeição.

num Upa: Num abrir e fechar de olhos; De golpe; Rapidamente.

O 


oigalê: Exprime admiração, espanto, alegria.

orelhano: Animal sem marca, nem sinal.

P

paisano: Do mesmo país. Amigo, camarada.

palanque: Esteio grosso e forte cravado no chão, com mais de dois metros de altura e trinta centímetros aproximadamente de diâmetro, localizado na mangueira ou curral, no qual se atam os animais, para doma, para cura de bicheiras ou outros serviços.

papudo: Indivíduo que tem papo. Balaqueiro, jactancioso, blasonador. O termo é empregado para insultar, provocar, depreciar, menosprezar outra pessoa, embora esta não tenha papo.



peleia: Peleja, pugilato, contenda, briga, rusga, disputa, combate, luta entre forças geligerantes.

pelear: Brigar, lutar, combater, pelejar, teimar, disputar.

pereba: Ferida de mau caráter, de crosta dura, que sai geralmente no lombo dos animais. Mazela, sarna, cicatriz. Aplica-se, também, às feridas que saem nas pessoas. Figuradamente, ponto fraco. Var.: Pereva ( parece provir do tupi-guarani, perebi, mancha de sarna).

petiço: Cavalo pequeno, curto, baixo.

piá: Menino, guri, caboclinho.

piquete: Pequeno potreiro, ao lado da casa, onde se põe ao pasto os animais utilizados diariamente.

poncho: Espécie de capa de pano de lã, de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, por onde se enfia a cabeça. É feito geralmente de pano azul, com forro de baeta vermelha. É o agasalho tradicional do gaúcho do campo. Na cama de pelegos, serve de coberta. A cavalo, resguarda o cavaleiro da chuva e do frio.

potrilho: Animal cavalar durante o período de amamentação, isto é, desde que nasce até dois anos de idade. Potranco, potreco, potranquinho.
Q 

que Tal?: Tudo bem?.

queixo-Duro: Cavalo que não obedece facilmente à ação das rédeas.

quero-Mana: Denominação de antigo bailado campestre, espécie de fandango. Canto popular executado ao som de viola.
R

rebenque: Chicote curto, com o cabo retovado, com uma palma de couro na extremidade. Pequeno relho.

repontar: Tocar o gado por diante de um lugar para outro.

S

sanga: Pequeno curso d'água menor que um regato ou arroio.

sarandi: Terra maninha.

soga: Corda feita de couro, ou de fibra vegetal, ou, ainda, de crina de animal, utilizada para prender o cavalo à estaca ou ao pau-de-arrasto, quando é posto a pastar. Corda de couro torcido ou trançado, que liga entre si as pedras das boleadeiras: O termo é usado também em sentido figurado.

surungo: Arrasta pé, baile de baixa classe, caroço.

T


taipa: Represa de leivas, nas lavouras de arroz. Cerca de pedra, na região serrana.

talho: Ferimento.

tapera: Casa de campo, rancho, qualquer habitação abandonada, quase sempre em ruínas, com algumas paredes de pé e algum arvoredo velho. Diz-se da morada deserta, inabitada, triste.

tirador: Espécie de avental de couro macio, ou pelego, que os laçadores usam pendente da cintura, do lado esquerdo, para proteger e o corpo do atrito do laço. Mesmo quando não está fazendo serviços em que utilize o laço, o homem da fronteira usa, freqüentemente, como parte da vestimenta, o seu tirador que, por vezes, é de luxo, enfeitado com franjas, bolsos e coldre para revólver.

tosa: Tosquia, toso, esquila.

tronqueira: Cada um dos grossos esteios colocados nas porteiras, os quais são providos de buracos em que são passadas as varas que as fecham.

tropeiro: Condutor de tropas, de gado, de éguas, de mulas, ou de cargueiros. Pessoa que se ocupa em comprar e vender tropas de gado, de éguas ou de mulas. Peão que ajuda a conduzir a tropa, que tem por profissão ajudar a conduzir tropas. O trabalho do tropeiro é um dos mais ásperos, pois, além das dificuldades normais da lida com o gado, é feito ao relento, dia e noite, com chuva, com neve, com minuano, com soalheiras inclementes, exigindo sempre dedicação integral de quem o realiza.

U

uma-de-pé: Uma briga, conflito, luta.

usted: Você. Usado só na fronteira.

V

vacaria: Grande número de vacas; Grande extensão de campo que os jesuítas reservavam para criação de gado bovino.

varar: Atravessar, cruzar.

vareio: Susto, sova, surra, repreensão.

vaza: Vez, oportunidade.

vil: Covarde, desanimado, fraco.

vivente: Pessoa, criatura, indivíduo.

X

xucro: Diz-se do animal ainda não domado, chimarrão, bravio, esquivo, arisco.

Z

zarro: Incômodo, difícil de fazer, chato.

zunir: Ir-se apressadamente.
 









Dicionário Porto Alegres 




A
Abichornado: adj. Aborrecido, triste, desanimado.
Abrir cancha: Abrir espaço para alguém passar.
A cabresto: Conduzido pelo cabresto; submetido.
Achego: Amparo, encosto, proteção.
Açoiteira: Parte do relho ou rebenque, constituída de tira ou tiras de couro, trançadas ou justapostas, com a qual se castigaa o animal de montaria ou de tração.
Acolherar: Unir dois animais por meio de uma pequena guasca amarrada ao pescoço; Unir, juntar, com relação a pessoas.
Afeitar: Cortar a barba.
Agregado: Pessoa pobre que se estabelece em terras alheias, com autorização do respectivo dono, sem pagar arrendamento, mas com determinadas obrigações, como sejam cuidar dos rebanhos, ajudar nas lides de campo e executar outros trabalhos.
Água-Benta: Cachaça, destinada a ser bebida ocultamente.
Água-de-cheiro: Perfume, extrato.
A laço e espora: Com muita dificuldade, com muito esforço, vencendo grandes obstáculos.
A la cria: Ao Deus-dará, à aventura. Foi-se a la cria, significa foi-se embora, foi-se ao Deus-dará, caiu no mundo.
Alambrado: Aramado. Cerca feita de arame para manter o gado nas invernadas ou potreiros.
A la pucha: Exprime admiração, espanto.
À meia guampa: expr. Meio embriagado, levemente ébrio.
Anca: s. Quarto traseiro dos quadrúpedes. Garupa do cavalo. O traseiro do vacum.
Aporreado: Cavalo mal domado, indomável, que não se dixa amansar. Aplica-se, também ao homem rebelde.
Arranca-rabo: Discussão acalorada, disputa, bate-boca.
Arreios. s. Conjunto de peças com que se arreia um cavalo para montar.
                                                                                                 
B
Badana: Pele macia e lavrada que se coloca, na encilha do cavalo de montaria, por cima dos pelegos ou do coxonilho,  se houver.
Bagual: Cavalo manso que se tornou selvagem. Reprodutor, animal não castrado.
Baixeiro: Espécie de lã, integrante dos arreios, que põe no lombo do cavalo, por baixo da carona.
Bater as botas: Morrer.
Bicheira: s. Ferida nos animais, contendo vermes depositados pelas moscas varejeiras. Para sua cura, além de medicação, são largamente utilizadas as simpatias e benzeduras.
Bidê: s. Mesinha de cabeceira. (Aportuguesado do francês bidet).
Biriva: s. Nome dado aos habitantes de Cima da Serra, descendentes de bandeirantes, ou aos tropeiros paulistas, os quais
geralmente andavam em mulas e tinham um sotaque especial diferente do da fronteira ou da região baixa do Estado. Var.:
beriva, beriba, biriba.
Bolicho: Casa de negócios de pequeno sortimento e de pouca importância. Bodega.
Bolicheiro: s. Dono de bolicho.
Braça-de-Sesmaria: Media antiga, de superfície, usada no Rio Grande do Sul. A braça-de-sesmaria mede 2,20 m por 6.600,00 ou seja 14.520,00 metros quadrados.
|
C
Cabresto: Peça de couro que é apresilhada ao buçal para segurar o cavalo ou o muar.
Cachaço: s. Porco não castrado, barrasco, varrão.
Cacho: A cola, o rabo do cavalo.
Cagaço: Grande susto, medo.
Campo de Lei: Campo de ótima qualidade.
Capão: Diz-se ao animal mal capado; Indivíduo fraco, covarde, vil; Pequeno mato isolado no meio do campo.
Capataz: Administrador de uma estância ou de uma charqueada. Pessoa que nas lides pastoris, é incumbida de chefiar o pessoal.
Carreira: s. Corrida de cavalos, em cancha reta. Quando participam da carreira mais de dois parelheiros, esta toma o nome de penca ou califórnia.
Caudilho s. Chefe militar ; Manda-chuva.
Cavalo de Lei: Animal muito veloz, capaz de percorrer duas quadras (264m) em 16 segundos ou menos.
Chalana: s. Lanchão chato.
Chimango: Alcunha dada no Rio Grande do Sul aos partidários do governo na Revolução de 1929.
China: Descendente ou mulher de índio, ou pessoa de sexo feminino que apresenta alguns dos característicos étnicos das mulheres indígenas; Cabloca, mulher morena; Mulher de vida fácil; Esposa.
Cincha: s. Peça dos arreios que serve para firmar o lombilho ou o serigote sobre o lombo do animal.
Colhudo: adj. e s. Cavalo inteiro, não castrado. Pastor.; Figuradamente, diz-se do sujeito valente, que enfrenta o perigo, que
agüenta o repuxo.
Cuiudo: adj. e s. O mesmo que colhudo.
Cusco: Cão pequeno, cão de raça ordinária. O mesmo que guaipeca, guaipé.
D
Daga: Adaga, facão.
De vereda: Imediatamente, de momento, de uma vez.
Dobrar o cotovelo: Beber, levantar o copo à boca.
Doma: Ato de domar. Ato de amansar um animal xucro.
Domador: Amansador de potros. Peão que monta animais xucros.
Duro de boca: Diz-se do animal que não obedece à ação das rédeas.
Duro de Pelar: Difícil de fazer, trabalhoso.
|
E
Embretado: p. p. Encerrado no brete.; Metido em apertos, em apuros, em dificuldades; enrascado, emaranhado.
Entrevero: Mistura, desordem, confusão de pessoas, animais ou objetos.
Erva-Caúna: Variedade de erva mate de má qualidade, amarga.
Erva-Lavada: Erva já sem fortidão por ter sservido para muitos mates.
Estar com o diabo no corpo: Estar furioso. Estar insuportável.
Estar com o pé no Estribo: Estar prestes a sair.
Estrela-Boieira: Estrela d´alva.
Estribo: s. Peça presa ao loro, de cada lado da sela, e na qual o cavaleiro firma o pé.
Estropiado: Diz-se o animal sentido dos cascos, com dificuldade de andar, em consequência de marchas por estradas pedregosas.
                                                                                                 

F
Facada: Pedido de dinheiro feito por undivíduo vadío, incapaz de trabalhar, que não pretende restituí-lo.
Facho: O ar livre. Usado na expressão sair do facho.
Fatiota: Conjunto de roupas do homem: calça, colete e paletó.
Fiambre: Alimento para viagem, geralmente carne fria, assada ou cosida.
Fazer a viagem do corvo: Sair e demorar muito a regressar.
Flete: Cavalo bom e de bela aparência, encilhado com luxo e elegância.
Funda: Estilingue, bodoque.
G
Gadaria: Porção de gado, grande quantidade de gado, o gado existente em uma estância ou em uma invernada.
Gado chimarrão: Gado alçado, xucro, sem costeio.
Galpão: Construção existente nas estâncias destinadas ao abrigo de homens e de animais; O galpão característico do Rio Grande do Sul é uma contrução rústica, de regular tamanho, em geral de madeira bruta e parte de terra batida, onde o fogo de chão está sempre aceso. Serve de abrigo e aconchego à peonada da estância e a gualquer tropeiro ou gaudério que dele necessite.
Gato: Bebedeira, porre, embriaguez.
Gaudério: s. e adj. Pessoa que não tem ocupação séria e vive à custa dos outros, andando de casa em casa. Parasita, amigo
de viver à custa alheia.
Graxaim: s. Guaraxaim, sorro, zorro. Pequeno animal semelhante ao cão, que gosta de roer cordas, principalmente de couro cru e engraxadas ou ensebadas, e de comer aves domésticas. Sai, geralmente, à noite. É muito comum em toda a campanha.
Gringo: s. Denominação dada ao estrangeiro em geral, com exceção do português e do hispano-americano.
Guaiaca: s. Cinto largo de couro macio, às vezes de couro de lontra ou de camurça, ordinariamente enfeitado com bordados ou com moedas de prata ou de ouro, que serve para o porte de armas e para guardar dinheiro e pequenos objetos.
Guaipeca: s. Cão pequeno, cusco, cachorrinho de pernas tortas, cãozinho ordinário, vira-lata, sem raça definida. ; Adj.
Pequeno, de minguada estatura. ; Aplica-se, também, às pessoas, com sentido depreciativo.
Guapo: Forte, vigoroso, valente, bravo.
Guasca: Tira, corda de couro crú, isto é, não curtido;Homem rústico, forte, guapo, valente.
Guasqueaço: s. Pancada, golpe dado com guasca. Relhaço, relhada, chicotada, chibatada, correada, açoite.
Guri: s. Criança, menino, piazinho, serviçal para trabalhos leves nas estâncias.
 
H
Há Cachorro na Cancha: Significa que há alguma coisa atrapalhando a execução de determinado plano.
Haraganear: Andar solto o animal por muito tempo, sem prestar serviço algum.
I
Invernada: Grande extensão de campo cercado. Nas estâncias, geralmente, há diversas invernadas: para engordar, para cruzamento de raças, etc.
Iguaria: Culinária.
|
J
Juiz: Pessoa que julga a chegada dos parelheiros, nas carreiras, em cada laço. O mesmo que julgador.
Jururu: Cabisbaixo, tristonho, abatido.
L
Lábia: Abilidade de conversa.
Légua: Medida itinerária equivalente a 3.000 braças ou 6.600 metros. O mesmo que légua de sesmaria.
M
Maleva: Bandido, malfeitor, desalmado; Cavalo infiel, que por qualquer coisa corcoveia.
Maludo: Cavalo inteiro, garanhão. Diz-se do animal com grandes testículos.
Mangueira: s. Grande curral construído de pedra ou de madeira, junto à casa da estância, destinado a encerrar o gado para
marcação, castração, cura de bicheiras, aparte e outros trabalhos.
Manotaço: Pancada que o cavalo dá com uma das patas dianteiras, ou com ambas; Bofetada, pancada com a mão dada por pessoa.
N
Negrinho: Designação carinhoso que se dá a crianças ou a pessas que se tem afeição.
Num Upa: Num abrir e fechar de olhos; De golpe; Rapidamente.
O
Oigalê: Ezprime admiração, espanto, alegria.
Orelhano: Animal sem marca, nem sinal.
|
P
Paisano: Do mesmo país; Amigo, camarada.
Palanque: s. Esteio grosso e forte cravado no chão, com mais de dois metros de altura e trinta centímetros aproximadamente de diâmetro, localizado na mangueira ou curral, no qual se atam os animais, para doma, para cura de bicheiras ou outros serviços.
Papudo: s. e adj. Indivíduo que tem papo. Balaqueiro, jactancioso, blasonador. O termo é empregado para insultar, provocar, depreciar, menosprezar outra pessoa, embora esta não tenha papo.
Passar um pito: Repreender, descompor.
Patrão: Designação dada ao presidente de Centro de Tradições Gaúchas.
Patrão-Velho: Deus.
Pelea: s. Peleja, pugilato, contenda, briga, rusga, disputa, combate, luta entre forças geligerantes.
Pelear: v. Brigar, lutar, combater, pelejar, teimar, disputar.
Petiço: s. Cavalo pequeno, curto, baixo.
Piá: s. Menino, guri, caboclinho.
Piquete: s. Pequeno potreiro, ao lado da casa, onde se põe ao pasto os animais utilizados diariamente.
Poncho: s. Espécie de capa de pano de lã, de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, por onde se enfia a cabeça. É feito geralmente de pano azul, com forro de baeta vermelha. É o agasalho tradicional do gaúcho do campo. Na cama de pelegos, serve de coberta. A cavalo, resguarda o cavaleiro da chuva e do frio.
Potrilho: s. Animal cavalar durante o período de amamentação, isto é, desde que nasce até dois anos de idade. Potranco, potreco, potranquinho.
Q
Queixo-Duro: Cavalo que não obedece facilmente a ação das rédeas.
Quero-Mana: Denominação de antigo bailado campestre, espécie de fandango. Canto popular executado ao som de viola.
R
Rebenque: s. Chicote curto, com o cabo retovado, com uma palma de couro na extremidade. Pequeno relho.
Regalo: Presente, brinde.
Relho: Chicote com cabo de madeira e açoiteira de tranças semelhantes à de laço, com um pedaço de guasca na ponta.
Reponte: Ato de tocar por diante o gado de um lugar para o outro.
Repontar: v. Tocar o gado por diante de um lugar para outro.
S
Sair Fedendo: Fugir à disparada.
Sanga: s. Pequeno curso d'água menor que um regato ou arroio.
Selin: Sela própria para uso da mulher.
Sesmaria: Antiga medida agrária correspondente a três léguas quadradas, ou seja a 13.068 hectares. São 3000 por 9000 braças; ou 6.600 por 19.800 metros; ou ainda, 130.680.000 metros quadrados.
Soga: s. Corda feita de couro, ou de fibra vegetal, ou, ainda, de crina de animal, utilizada para prender o cavalo à estaca ou ao pau-de-arrasto, quando é posto a pastar. ; Corda de couro torcido ou trançado, que liga entre si as pedras das boleadeiras. ; O termo é usado também em sentido figurado.
Surungo: s. Arrasta pé, baile de baixa classe, caroço.

T
Taco: Diz-se ao indivíduo capaz, hábil, corajoso. guapo.
Taipa: s. Represa de leivas, nas lavouras de arroz. || Cerca de pedra, na região serrana.
Taita: Indivíduo valentão, destemido, guapo.
Tala: Nervura do centro da folha do jerivá. Chibata improvisada com a tala do jerivá ou com qualquer vara vlexivel.
Talagaço: Pancada com tala. Chicotaço.
Talho: s. Ferimento.
Tapera: s. Casa de campo, rancho, qualquer habitação abandonada, quase sempre em ruínas, com algumas paredes de pé e
algum arvoredo velho. || Adj. Diz-se da morada deserta, inabitada, triste.
Tirador: s. Espécie de avental de couro macio, ou pelego, que os laçadores usam pendente da cintura, do lado esquerdo, para proteger e o corpo do atrito do laço. Mesmo quando não está fazendo serviços em que utilize o laço, o homem da fronteira usa, freqüentemente, como parte da vestimenta, o seu tirador que, por vezes, é de luxo, enfeitado com franjas, bolsos e coldre para revólver.
Tosa: s. Tosquia, toso, esquila.
TRADIÇÃO GAÚCHA: Vocábulos usados no plural, significando o rico acervo cultural e moral do Rio Grande do Sul no campo literário, folclórico, musical, usanças, adagiário, artesanato, esportes e atividades culturais.
Tranco: Passo largo, firme e seguro, do cavalo ou do homem.
Tramposo: Intrometido, trapaceiro, velhaco.
Trem: Sujeito inútil.
Três-Marias: Boleadeiras.
Tronqueira: s. Cada um dos grossos esteios colocados nas porteiras, os quais são providos de buracos em que são passadas
as varas que as fecham.
Tropeiro: s. Condutor de tropas, de gado, de éguas, de mulas, ou de cargueiros. Pessoa que se ocupa em comprar e vender tropas de gado, de éguas ou de mulas. Peão que ajuda a conduzir a tropa, que tem por profissão ajudar a conduzir tropas. O trabalho do tropeiro é um dos mais ásperos, pois, além das dificuldades normais da lida com o gado, é feito ao relento, dia e noite, com chuva, com neve, com minuano, com soalheiras inclementes, exigindo sempre
U
Uma-de-pé: Uma briga, conflito, luta.
Urupuca: Armadilha para pegar passarinhos; Trapaça.
Usted: Você. Usado só na fronteira.
|
V
Vacaria: Grande número de vacas; Grande extensão de campo que os jesuítas reservavam para criação de gado bovino.
Varar: Atravessar, cruzar.
Vareio: Susto, sova, surra, repreensão.
Vaza: Vez, oportunidade.
Vil: Covarde, desanimado, fraco.
Vivente: Pessoa, criatura, indivíduo.
X
Xepa: Comida.
Xerenga: Faca velha, ordinária.
Xiru: O mesmo que chiru.
Xucro: Diz-se ao animal ainda não domado, bravio arrisco.
Z
Zarro: Incômodo, difícil de fazer, chato.
Zunir: Ir-se apressadamente.

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